domingo, 25 de setembro de 2011

Sob o fim

O que fica depois de tudo, não sei

O que existia acima do fim, já não importa mais

Pelo menos não importou o suficiente

Foi intenso, como tudo que se faz ser

Mas não sei se vai fazer falta pra sempre

Para o bem geral, não deveria.

Para o meu bem, não deveria.

Eu sei que vai ficar tudo bem,

já ouvi isso algumas vezes,

mas não costumo escutar muito, e erro

Sempre vou errar, estou aqui pra isso

Você está aí pra isso, não fuja

Não tente ser dono da verdade

Pode acreditar, não dá certo

Tente ser dono de você

Seja você, viva você

Seu cenário será mais bonito

suas parcerias também

só é questão de harmonia

primeiro com você:

se permita ser egoísta para isso,

depois com os outros amores

e com as outras paixões,

e com outras amizades...

O que eu quero é o bem,

o beijo, o abraço, o carinho

O que eu quero é fazer o bem

E só preciso de mim pra isso.




[Encontrado nos meus arquivos esquecidos.]


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Silêncio das palavras

Silêncio, até quando?
Me sustento em sonhos,
Sonhos com meus desejos,
Desejos com meus amores...
E tudo se confunde, tudo que foi,
Tudo que é, tudo que vai ser...
Todos juntos, enlaçados.
Todos separados, distantes.
Todos tão reais e imaginários.
Pensamentos, sentimentos, palavras.
E o silêncio mais uma vez repousa.

sábado, 25 de junho de 2011

Vamos brindar?

Que tal, Gosta do que vê?

A verdade sem nada subjugado nas entranhas da face?

Só isso e nada mais, como um lençol de seda transparente sobre o sol

Só a luz, sóbria agora, cansada de maquiar o renegado obscuro

Talvez essas faces, essas fases, voem sem volta... mas pra quê perder tempo com incertezas?

Cansei, canso todos os dias, aí durmo, e aquele sol me força a fazer tudo de novo

Preciso de férias! Agora é pra valer, eu escutei isso do meu raciocínio ilógico

Que tenta não obedecer minhas loucuras impuras e sempre insanas

É sem volta, vou tomar férias de tudo, de quantos sabores me forem possíveis!

Não quero mais pensar nessa coisa chata que me dá nostalgia

E que me faz sair do senso, me leva pra aquele espaço tonto dentro de mim

Cansei mesmo! Me desculpe mais estou fora de si, ou nunca tão dentro

É difícil definir minhas fases loucas, que a cada sopro muda

Sei que você sente saudade daqueles textos lindos, finíssimos e daquele discurso enjoado...

Mas sabe, decidi que não dá mais! Apertando nessa tecla até cansar os dedos;

Derramando lágrimas de, você sabe o quê... Também me cansei dessa palavra!

Essa semiótica é complicada de mais pra mim, que não me contento com o óbvio

Com o que vejo, e que no fundo, nem precisa ir tão fundo, eu sei o que não queria saber

Eu prefiro achar tudo complicado, e fechar esse baú cheio de teias por dentro

Deixa essa verdade lá, quieta. Um dia ela amadurece. É só fermentar, envelhecer e pronto!

Daqui a uns anos é só abrir, beber, e sorrir depois! Se quiser, pode beber comigo!

Por enquanto me deixa com a minha descoberta de mim sem meu eu melancólico por dentro

Sem tanto fingimento, sem segredos secretos em meus pensamentos!

Me deixa aproveitar esse sopro de vida, me deixa ir logo, não quero pensar na despedida

Deixa eu me ver assim, sem tudo aquilo que eu tentava não sentir

Tô livre! Sem pesos, sem anseios, sem lápis e rímel,

Só eu aqui, está vendo? Prazer em conhecê-lo, tim tim.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dias ensolarados

Sinto falta daqueles dias que me faziam sorrir
Aqueles que me deixavam sem jeito de dizer não.
Saudades daqueles dias!
Passaram tão rápido, tudo passou tão rápido, e eu,
continuo aqui fazendo presente o passado.
Aquelas flores, aqueles amores!
Ai amores, que falta me fazem!
Outro dia fiquei pensando na solução para os meus problemas,
E percebi que só bastava esses novos dias me trazerem amor.
A Felicidade batia na minha janela, iluminava!
Trazia esperança, permitia sonhar...
Voar em outra dimensão, onde só o sentimento me movia.
Eu ía sem medo, porque tudo era verdadeiro.
Hoje eu só queria aqueles dias ensolarados,
que transcendiam qualquer falta
que pudesse me fazer pensar
em uma ida sem volta.



domingo, 17 de abril de 2011

Sorriso pintado

Ei menina, quem pintou esse sorriso no seu rosto?
Queria saber quem pinta a alegria.
No contorno rosado, esses lábios
Que insistem em sorrir pra mim.
Ei menina, é com você mesmo que estou falando,
Não ria de mim.
Sei que não vou ouvir respostas,
Mas não me faça sentir pior.
Toda manhã, olho e invejo,
Esse sorriso faceiro pintado em você
Como podes ser eternamente feliz?
Seu rosto de porcelana fala por mim.
Um dia, vou me pintar.
Talvez eu arrisque imitar o seu sorriso:
Ensaiado, decorado, cansado e que,
Não teria sentido nenhum em mim.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Grito omisso

Que imensa vontade de gritar

Acordei com essa vontade imensa

A garganta inquieta pede: põe pra fora

As palavras vem, voltam, ficam...

E a imensa vontade, vontade imensa continua

Mas será que vale a pena?

Revelar o segredo que um dia já não foi?

Só alguns segundos e ela volta

Essa vontade insana que não quer pensar

Nesse vai e vem nem os dentes aparecem

E os lábios cuidam de cerrar essa vontade

Que tarde, tarde demais, se vai.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Felicidade

Comigo ela vem devassa mais logo volta
Traz sorrisos e depois deixa lágrimas
Passa rápido, corre, como quem tem pressa

Felicidade, meu amor, vem e volta
Como os pensamentos que se repetem,
e nunca sequência infinita não param

Na sala de espera vejo algumas portas,
Melhor não tentar abri-las
Vou deixar-me surpreender
Tudo que vem volta

Ser

Os espelhos mostram o que eu já não sei
Aquelas molduras já não me servem mais
O mais intenso se esconde onde eu não possa ver
E tudo que passa a ser, não é
Por entre aquele antigo relicário,
As palavras escritas codificam sem intenção
Sabe aquelas flores que já foram pra mim?
Hoje eu vejo que só estavam de passagem
Todas as notas ressoadas ficaram no fim
E as músicas tocadas só foram, não são
E Mesmo que agora eu possa dizer um sim
Foi melhor a negação no enfim.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Estase

Procuro algumas letras no papel , mas só vejo o branco. Por trás das portas coloridas a ilusão da esperança, talvez algo surpreenda a monotonia da rotina, mas não dessa vez. Continuo lá sentado, parecendo mais distante do que o normal, fingindo pensamentos, como alguém que foi tomado pelo vazio. Nada se escuta, como se aquelas paredes me isolassem do mundo, e talvez fosse assim, mas não precisava de paredes ao meu redor. Ainda continuo lá, sentado, como alguém em estado de espera. O vazio permanece, ouço o som da chuva. Já estava na hora da minha companheira chegar, e com ela também a noite com sua fria beleza, com sua tristeza impressa na escuridão, como quem não quer aparecer mas, nunca se passa desapercebida. Sinto meus olhos umedecidos, e mais nada. O vento frio que sopra pela janela sem presa, trás consigo a estase. Só quero continuar aqui, sentado, e por alguns minutos, poder escutar e sentir algo além de mim.


Inspirada nas crônicas do Caio Fernando Abreu.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um barquinho de papel


O mar leva um barquinho

Não sei o que há nele, mas ele se vai

Em meio às correntezas ele segue

Frágil barquinho de papel!

O que será que não te faz desistir?

Tão pequeno em meio às águas sem dimensão

Tão grande diante os teus medos

Eu te entendo agora, vejo tua coragem

Vejo tua vontade de continuar

A persistência não te deixa voltar

Teus problemas se deixam superar

Mas se algum dia cansares de tentar

Não importa aonde chegastes meu amigo

Ao menos deixastes o vento sobrar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Hapiness

Sabe aquela vontade de por pra fora? Eu tive agora!
Vi que a vida não demora, e pode se chegar a hora.
A Felicidade como uma faceira conquista, implora.
Ama, sente, sorri, adora...Como quem não tem nada a perder,
como quem não quer ir embora, como quem vive somente.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tempestade insana

A nuvem negra que insiste em continuar sobre meu tudo faz ruídos sórdidos de desprezo. Ela é o presente de um passado sonhador e de um futuro solucionado. Sentimentos hipócritas ecoam ao meu redor, ouço gritos de socorro vindo de dentro, mas não consigo suportá-los, não sei a que recorrer. Talvez um grande escritor colocaria dentre as linhas a esperança que há, mas como não o sou prefiro não arriscar minha verdade. Parece estar caindo uma peça sobre a outra, como uma infinita corrida de demolição da confiança. O sono vem, mas não consigo aceitar como posso fechar os olhos e por algumas horas esquecer de tudo. É difícil querer e não ter, mas difícil ainda é perder. Não sei se a capacidade que me foi concebida é capaz de entender a razão da perda, se é que existe tal razão. A cada instante penso como é possível superar, mas hoje paro por um minuto e penso, o sentindo da vida não deve ser algo superável e sim aceitável. Sigo tentando preencher as lacunas ocas dentro de mim, a dor poderia ficar por um momento em segundo plano.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tudo que é intenso

Não sei se é normal a mensura dos meus sentimentos, também não estou aqui agora escrevendo à procura de um atestado do convencional, meu egoísmo só não me permite sofrer sozinha. Nessas horas paro e penso porque ser assim, não ganho mérito nenhum por isso, também não recebo benefícios, choro como uma criança que não tem um motivo específico, naquele instante ela só precisa derramar lágrimas sinceras que não precisam ter um motivo para cair. Elas existem por algum instante, e existirão em outros instantes, sem pedir licença, para ocupar-se em um corpo que põe para fora seus amores, um corpo que sente e não tem vergonha do humano. O intenso toma conta de tudo que me faz, e com essa força imensurável, me leva da felicidade extrema à tristeza lamentável. Não afirmo ter assim dupla personalidade, só mostro ser uma pessoa de variadas fases, repentinas talvez mas, que resumem o ser que sou. Tento fugir da mesmice com que meus fins se acostumaram, cansei de me fazer e me ver vítima, procuro dentre as almas mais perdidas algo que me signifique por completo, mas não encontro. O intenso não pode se definir.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lendo verdades

Não é preciso ser um sábio para descobrir a verdade. As palavras são muito mais que códigos, são expressões, opiniões, razões que exprimem com seu máximo poder o que se sente. É necessário mais do que dizer-las, é imprescindível compreender os significados entre as letras e tons que as tornam concretas. As vezes dizem mais do que o pretendido, algumas vezes provocam reações inesperadas, e em outras, mostram uma verdade que anda incumbida nos pensamentos. Quero falar, mas minha voz se cala, e mesmo sem a palavra posso encontrar a sinceridade. é difícil ver o que foge, o que se camufla de todas as maneiras. Em ações, na fala, no sentimento, e nesse último me arriscaria a dizer ser impossível,mentir para si mesmo é sempre a pior mentira. O medo faz com que a razão permeie entre o improvável.